25 de maio de 2010



Amor...ou coisa assim


Espera-me um pouco onde não chova,
vou morrer mas tenho tempo, espera-me
nem que seja por delicadeza ou amor
ou coisa assim.

Já fui ver o mar onde a terra começa a ser céu,
já alimentei as aves e os peixes e a nobreza dos gatos,
já trabalhei duro e fundo, já andei no mundo,
agora já não.

Tem paciência comigo, por favor.
Às vezes entristeço como respiro, vou ver as pessoas
e como elas sou pouca gente parda e parada
no Inverno portátil do coração.

Eu tenho uma vocação de ti por natureza,
ainda não tinhas nascido já eu te pertencia,
como às pedras pertenço e à poalha azul do ar,
quando o Verão nos perdoa a submissão.

As coisas principais estão se calhar nos gestos,
não nos livros, não sei, tento saber mas desconhecer
é se calhar a vera missão do coração,
aquele que pensa além do corpo, ante o mar

e a segunda-feira,
dia em que espero que me esperes.

Daniel Abrunheiro

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