2 de maio de 2010


Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como a só presença que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quando assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?
Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem.


Jorge de Sena (
26.8.1956)

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