7 de maio de 2010
a morte é um relâmpago suspenso sobre o coração
chega dum frémito crepuscular da memória
assim é o branco do seu retrato
calcinado coral...os olhos de escamas entumescidas
o osso enterrado no rosto...o zinabre das mãos
os pés tentaculares semelhantes aos enormes polvos
dos fantásticos manuais de zoologia
dormirei na vegetação fosforosa das águas
todas estas horas em que te afastas de mim
não te esqueças...escreve sempre
para que os dias se prolonguem
onde teu corpo é precioso alimento do meu
suspenso na altura tenebrosa das gáveas...viajo
para viver onde os sinais de vida não magoem
e os pássaros sejam pressentimentos de felicidade
flutuando onde se derrama o nocturno plâncton
pela boca luminosa das galáxias
e da nossa passagem permanecerá
o deslumbrante rumor dos fogos sobre o mar
Al Berto
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